A visita à exposição V I D A S por crianças de pré-escolar
V I D A S, tema da exposição do artista plástico João Moreira, esteve patente durante o mês de outubro (2023) no Salão de Pedra da Casa Senhorial da Ramalha.
V I D A S conduz-nos a um olhar sobre o meio físico que rodeia o artista (com enfoque especial no Concelho de Almada), preocupações sociais e atualidade.
São 25 peças, entre pinturas a óleo e desenho, que podem remeter qualquer visitante a uma “leitura” concreta, mas também a uma extrapolação da realidade… ou pelo menos da realidade retratada.
Tal aconteceu com os grupos de crianças que visitaram o atelier criado à volta desta exposição, dinamizado por uma das nossas Animadoras Socio-culturais, Tânia Custódio (também responsável pela Cultura Aberta).
Em quatro sessões, com pequenos grupos de crianças de pré-escolar, V I D A S foi descortinada pelos olhos dos pequenos visitantes que comentaram, escolheram e retrataram o que viram.
O atelier subdividia-se em três momentos: visita à exposição, Hora do Conto “10 cegonhas de borracha” (adaptado da obra “10 patinhos de borracha” de Eric Carle) e atelier de pintura com base na obra central e que nomeia esta exposição.
Visita acompanhada à exposição
Cada quadro, uma história contada pelo seu autor, e múltiplas histórias/leituras encontradas pelas crianças e partilhadas com o grupo. Cada peça “olhada” com atenção e aberta a múltiplas interpretações partilhadas entre grupo.
Hora do conto
Aproveitando a oportunidade para mais uma fantástica experiência intergeracional, esta hora do conto foi acompanhada por grupos de seniores, utentes do Centro de Dia da Instituição.
Vários foram os que tiveram a oportunidade de participar, mas duas foram as figuras permanentes e condutoras: a D. Lurdes Rodrigues e o Sr. Manuel Melo. Ambos dinamizaram com efeitos vocais a história contada às crianças.
Atelier de pintura
A cegonha, imagem central do quadro “Vidas” foi a proposta a ser retratada, reproduzida ou até mesmo alterada… Todo um mundo de escolhas e oportunidades para os grupos, já que arte é a possibilidade de cada um se expressar, mesmo que dentro de um tema comum.
Numa das sessões foi ainda possível conhecer e interagir com o artista João Moreira que, para além de responder a todas as questões, teve também a oportunidade de ver em primeira mão a exposição das crianças, também ela patente na principal das galerias… a da sua escola (Creche e Jardim de Infância da Ramalha). João considera esta experiencia como “muito gratificante. Ver os miúdos a pintar, a interpretar um tema que foi pintado por si”. Também os comentários às suas obras, e a atenção aos pormenores menos evidentes das mesmas, são pontos destacados por João Moreira.
Esta atividade operacionalizou a vertente de inter-relação entre vários polos da Instituição que temos como principio de trabalho, onde pouco ou nada é desprovido de intencionalidade relacional e pedagógica (seja para as crianças ou seniores):
Uma exposição acessível a todos (utentes e comunidade);
Visibilidade ao trabalho de um voluntário da Instituição;
Empenho institucional na projeção cultura local;
Um atelier para crianças criado com vista a fomentar a criatividade e o pensamento critico;
Dinamizado por profissionais da Instituição;
Acompanhada por idosos, motivando para o respeito e articulação entre gerações;
Uma atividade plástica, lúdica e pedagógica;
A continuidade, em projeto de sala, do iniciado em contexto real de aprendizagem;
No fundo, numa só atividade crianças, seniores, trabalhadores, comunidade/voluntários trabalhando em/na/para as suas V I D A S…